Era uma vez uma cigarra que vivia cantando – sonhava tornar-se uma grande artista. Era disciplinada, estudava horas a fio todos os dias da semana, incluindo sábados, domingos e feriados. E não só canto: teoria musical, harmonia, contraponto, solfejo, história da música, história geral, filosofia – tudo isso e muito mais, com incansável afinco.
Sua vizinha, a formiga, achava tudo isso uma grande besteira, e dizia em voz alta para a cigarra ouvir: “isso não é trabalho, é coisa de vagabundo”. E acrescentava: “logo mais chegará o inverno, e aí quero ver como a senhorita irá pagar suas contas!”.
Mas antes mesmo que chegasse o inverno, o país foi assolado por uma doença extremamente contagiosa que obrigou todos a se trancarem em suas casas. A formiga logo pensou consigo mesma, sem conseguir disfarçar sua satisfação: “quero ver agora como a cigarra irá se virar”.
E realmente, a coisa ficou feia para a cigarra: não tinha reserva financeira alguma, seus shows foram todos cancelados e logo se descobriu que as apresentações via internet ninguém tinha saco de assistir.
A fome foi apertando, apertando e ela não teve escolha: foi à casa da formiga. Esta abriu a porta já imaginando que a irresponsável da cigarra tinha vindo pedir favores. Mas não: a cigarra devorou a formiga. E descobriu que formiga era uma delícia! Passou os dias seguintes matando e cozinhando formigas, e algumas semanas depois publicou o e-book “Servindo formigas: 50 receitas inesquecíveis”. Em pouco tempo o livro se tornou um sucesso de vendas, deixando a cigarra milionária.
MORAL DA HISTÓRIA: às vezes a crise vem para que você encontre sua verdadeira vocação.
Alberto Heller
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Ótimo!!!
Obrigado!
Muito bom! Parabéns.
Obrigado!